A Dança como Caminho de Autodescoberta
Dançar pode ser um caminho maravilhoso para despertar o autoconhecimento. Mas para isso a dança precisa ser trabalhada como uma manifestação de ser-estar no mundo que transcende a gestualidade mecânica e integra o corpo, a mente, o coração e enche a alma de alegria.
As atribulações da vida moderna nas cidades; o ritmo frenético que muitas vezes imprimimos em nossas vidas diariamente; os desejos infinitos de ter isso ou aquilo; as preocupações ou frustrações; os inalcançáveis padrões de qualidade e beleza… quantas distrações para tirar o foco do “ser-estar presente”! Numa sociedade full-time, são muitos os fatores que contribuem para dissociar o corpo, da alma e do coração!
Tudo até pode parecer de pernas pro ar, mas quando estamos atentos e sensibilizados com as coisas que realmente importam, fica fácil enxergar as belezas da vida e mais que isso, torna-se natural “dançar a vida”. Ou seja, adquirimos flexibilidade para fluir diante dos problemas e manifestamos saúde, plenitude e paz interior. Tudo se torna mais simples se estamos conscientes de nossos dons e capacidades. E tudo se torna mais prazeroso, se conectados com a inteireza do ser corpóreo e cíclico que somos.
A Mulher e o Ventre - passos que iluminam o palco e a vida –
Além dos inúmeros benefícios físicos, a dança do ventre pode ser vivida como terapia para superar bloqueios emocionais, revigorar a sexualidade, proporcionar maior equilíbrio energético e fortalecer a auto-estima.
É difícil não apreciar os movimentos hipnóticos, sedutores, plasticamente harmônicos e fluidos dessa arte. Seus passos com certeza iluminam o palco e encantam pessoas de todas as idades. Mas em poucas palavras, lembro que o simbolismo mais profundo dessa arte retrata os mistérios do ciclo da vida. O ventre dança para celebrar o poder da criação, o extraordinário, o divino interior. Traz um conhecimento universal, ancestral e sagrado.
Dançar o ventre ilumina a vida das mulheres porque até hoje as ajuda a gestar e a criar seus filhos; a realizar seus projetos; a relacionar-se com mais liberdade, a respeitar seus ciclos e a apreciar a beleza dentro e fora de si.
Escrito por: Yasmin Meera - Coreógrafa, Professora e Produtora Artística
Yasmin dedica-se ao estudo da dança oriental desde 1998 e leciona há mais de dez anos. Formada em Educação Física pela Universidade Estadual de Santa Catarina; cursou a Formação Holística Arthea – Artes da Deusa e especializou-se em diversos cursos de dança e expressão corporal. É proprietária da Escola de Danças do Oriente na Lagoa da Conceição em Florianópolis.